O que é o Coletivo Feminista?


O Coletivo Feminista surgiu no final do ano de 2003, através da iniciativa de alunas, que perceberam a falta de espaço e debate sobre a situação das mulheres na Universidade e na sociedade brasileira. O grupo é composto por mulheres, o que não anula a participação de homens em atividades abertas, parcerias em projetos, entre outros. Não é nada contra os homens. Buscamos o fim das relações desiguais e não uma simples inversão do modelo existente. Ou seja, não se trata de medir forças com os homens, ao contrário, a idéia é que essa relação de forças não exista. E é justamente por haver esse acesso desigual aos mecanismos de poder que consideramos a necessidade de um espaço específico para que as mulheres discutam sobre si mesmas e sobre suas relações sociais. Nos organizamos de uma maneira horizontal e autogestionária, ou seja, sem hierarquias e sem divisão de cargos. Todas integrantes do coletivo têm o mesmo poder de decisão em todos os assuntos tratados pelo mesmo. O Coletivo Feminista é autônomo em relação a outras organizações ou a partidos políticos. Isso não quer dizer que pessoas organizadas em outras esferas não possam somar-se ao grupo.
Nestes quase sete anos de atuação na Unicamp, nosso grupo tornou-se referência não só na Universidade como na cidade de Campinas, por ser um dos poucos grupos de caráter feminista da região. Organizou oficinas sobre padrões e papéis sexuais; corpo e a influência da mídia; intervenções artísticas, cujo intuito foi o de evidenciar o machismo camuflado no discurso moderno de direitos e liberdades iguais. Exibiu filmes que abordam sobre aborto, papéis sexuais, violência sexual e homossexualidade. Inclusive, como resultado da pressão que o Coletivo Feminista fez sobre a reitoria diante da falta de política da universidade relacionada à violência sexual, criou-se um grupo de trabalho, que teve por objetivo elaborar políticas de prevenção e combate a qualquer forma de violência sexual, assédio sexual e discriminações como racismo e homofobia no campus. Esse Grupo de Trabalho ocorreu em conjunto com diversas instâncias da Unicamp e organizou oficinas de sensibilização sobre violência contra a mulher para os funcionários da segurança da Universidade, além de uma campanha em relação a recepção e outras formas de coerção aos calouros. Também realizamos uma discussão em conjunto com comunidades da cidade de Campinas, sobre prevenção de DST´s e HIV, e juntamente debatemos violência doméstica em relação às mulheres. Conjuntamente com o Núcleo de Diversidade Sexual da Unicamp e com o apoio do M.O.L.E.C.A –Movimento Lésbico de Campinas, organizamos dois dias de atividades na Unicamp, com filmes e mesa de discussão sobre linguagem e preconceito, intitulado “ Por trás das palavras” e duas versões da “Festa do Babado”.

O Coletivo Feminista tem por objetivo discutir e lutar pelo direito das mulheres, sob uma perspectiva feminista. Para nós, a luta feminista é a luta política que busca desnaturalizar e superar as relações desiguais e hierárquicas existentes na nossa sociedade. Como já foi dito, buscamos o fim das relações desiguais e não uma simples inversão do modelo existente, embora não sejamos fechadas em uma ou outra concepção de feminismo. É uma organização autônoma de mulheres e acredita que, apesar das conquistas e transformações alcançadas ao longo da história, a luta feminista continua não só importante como imprescindível.



Nos reunimos todas as quintas-feiras das 17:30 hs às 19hs no Teatro de Arena localizado na Praça do Ciclo Básico na UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas).

2 comentários:

jan disse...

Valeu pela visita e apoio, Lu! Vamos relacionar o grupo de vocês aqui, estamos a procura de grupos e organizações, coletivos e pequenos agrupamentos de feministas independentes, para que jovens feministas e mulheres estejam se inserindo para atuar localmente. Precisamos atuar em rede e ter muita solidariedade.

A estrutura do grupo de vocês é parecido com o nosso - evitamos o fetiche dos coletivos mistos. A protagonista da luta pela libertação da mulher é a mulher, o sujeito do feminismo são as mulheres, ninguém vai poder fazer essa luta ou pensar desde essa perspectiva a não ser a gente, o que não impede de abrirmos nossas produções para a sociedade em geral depois deste momento, e muito menos que se organizem entre eles pra combater o Patriarcado e o sexismo internalizado (coisa que vemos muito pouco acontecer ainda, apesar das críticas serem constantes às organizações autônomas de mulheres).

abraços!!

Anônimo disse...

Olá, lindas!

Muito bom ver o blog de vocês! É ótimo poder dar uma chegadinha mesmo longe.

Posso fazer uma perguntinha desavergonhada de quem não colabora mais em nada? Por que o blog é rosa? Na minha cabecinha associar sempre mulher a rosa é coisa de revista feminina, cof, cof... estou enganada?
Quanto a mim, acho que todas as cores me representam por igual :)

Mas o cerne da mensagem é parabéns para vocês! E sucesso na luta e conscientização.

Barbara